terça-feira, 29 de setembro de 2009

Estoril

(21/09/2009)

Chamo-me Tiago Vilarinho (isso sei eu bem). Já de onde sou, quais as minhas origens, aonde pertenço, a questão torna-se um pouco mais complicada.

Ainda não era projecto e já tinha a consciência de que iria ser portista, mas um acaso fez-me nascer em Famalicão. Além disso, fui ainda registado em Rio Tinto, Gondomar, onde vivi até aos três anos de idade para depois mudar para Vila do Conde, terra que me marcou para sempre.

A preocupação dos meus avós paternos de que eu não me desviasse das minhas tendências tão portistas manteve-me sempre ligado ao Porto, algo que se veio a completar com a agenda da minha mãe tão direccionada para essas paragens.

A mudança para o Porto em mentalidade deu-se no meu décimo ano quando para lá fui estudar apesar de me manter a viver em Vila do Conde.

Passados esses dois níveis, eis que me encontro agora num terceiro. Os mesmo olhos assustados, o mesmo coração nervoso. Mas desta vez é diferente...

Sou apenas um míuda que se vê afastado das saias da mãe, um rapaz com saudade das lavagens cerebrais pró PS e pró FCP do pai, um adolescente que sente falta da sua identidade dentro do seu tão carismático grupo de amigos e sobretudo um soldado combatendo em terras longínquas necessitando de uma fotografia amachucada da namorada para sobreviver a mais um dia nas trincheiras.

Estoril, cheguei! Há dois anos que és um fantasma que me persegue e que sempre tentei afastar. Vais cada vez mais ganhando mais aspecto sólido, que ainda desconheço, que não gosto nem desgosto, os primeiros riscos numa tela que pode ser um sucesso ou um fiasco.

Para já quedo-me em mar alto, no meio de uma tempestade das minnhas próprias lágrimas que não têm nem nada de alegria nem nada de tristeza. Aperto-me ao que resta do meu barco, agarrando-me a uma esperança de olhar para mais do que uma fotografia.

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