quarta-feira, 27 de junho de 2012

A pior maldição do mundo

A pior maldição do mundo é o amor.
Nada causa na alma maior ardor.
Só ela transforma coragem em pavor.
Só ela acaba com o cheiro e o sabor.
A pior maldição do mundo é o amor.
Cria omnipotência, causa desgosto.
Transforma febre em fogo posto.
Mesmo o mais doce perde o seu gosto.
Deixa marcas em alma e rosto.
A pior maldição do mundo é o amor.
Não se descrevem as sensações.
Pólos de tristeza, puras emoções.
Criam as mais reles ilusões.
Tornam vegetais os corações. 
A pior maldição do mundo é o amor.
De todas as forças a mais capaz. Faz uma guerra e cria paz.
Transforma idoso em um rapaz.
Cria e destrói é o que ela faz.
A pior maldição do mundo é o amor...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um mero signo ou toda uma ruptura na ordem mundial?

(14/01/2011)

http://clix.visao.pt/o-zodiaco-mudou-e-agora-qual-e-o-seu-signo=f586020


Deparei-me com esta notícia quando os protestos começaram a chover no facebook: O calendário do Zoodíaco mudou face aquele que se estabeleceu na Babilónia há milhares de anos atrás.

O signo a que nos habituamos ao longo de toda a vida pode ser agora diferente, mas qual a verdadeira importância disto afinal? Será que um signo é só mesmo um motivo banal para se fazer uma tatuagem ou representa algo mais?

Como já muitas vezes referi neste blog, acredito mesmo que existe uma necessidade, quase básica, da mente humana: a da pertença. O ser humano gosta de pertencer a uma causa, um ajuntamento de indivíduos que protegem, discutem, acreditam, lutam por um determinado conceito. É espiritual e ninguém está isento, nem mesmo os mais cépticos, os mais ateus, ou descrentes, porque essa própria ausência de crença serve para eles como uma própria crença: Isso está patente na história da Humanidade e pode ver-se na prática em algo tão simples como uma rede social uma vez que quando aparece um novo grupo, irá aparecer de certo um "anti-grupo".

Assim, todos nós temos um clube, uma religião, uma causa humanitária, um país, uma nação, uma cor favorita... um signo. Faz parte da nossa personalidade e a fé que depositamos nesses símbolos pode tomar proporções gigantescas.

Os signos são aquela coisa gira de se saber, e há quem defenda que pessoas que nascem em alturas semelhantes podem ter feitios semelhantes. O que começa por ser uma curiosidade automaticamente passa a crença. Identificamos-nos com o nosso signo, não deixamos de ler o horóscopo, mesmo sabendo que uma série de dados banais descritos como acontecimentos futuros podem acontecer por serem gerais, e vemos como são as relações entre signos. De tal forma que esta questão pode muito bem originar uma crise de identidade. A partir de hoje eu deixei de ser sagitário, aquilo que me orgulhou toda a vida pela sua bondade e simpatia e passei a ser escorpião, o signo que eu menos gostava pelo seu egoísmo e melancolia. E no entanto, imediatamente comecei a encontrar semelhanças no meu perfil com essas características.

Eu, como algumas pessoas que conheco admito que também consultei as páginas de relacionamentos entre signos de forma a obter dicas para as minhas relações amorosas na realidade, e o mais incrível é que de facto me pareciam pareceres correctos. O que aconteceu à minha vida? Deixou de existir? Ou pura e simplesmente, e mais uma vez, isso só vem provar que não interessa o signo, não interessa as pessoas, interessa aquilo que nos moldamos diariamente como personalidade e as opções que tomamos para com as personalidades dos outros?

sábado, 31 de julho de 2010

O Homem e a Liberdade

(16/05/2010)


O Ser Humano é difícil de entender. É misterioso e talvez por isso seja tão belo.

A humanidade tem potencial e até mesmo exemplos de ser uma essência única, porém dentro dessa unidade há individualismo, um individualismo tremendo que quando não é respeitado, que é o que acontece diariamente dá origem a divergências tremendas.

Talvez daí resulte a antagonia de o Homem querer ser livre, mas só ele livre, dado que não quer deixar os outros serem livres também: o estado da liberdade aparente total. Porém, quando ousa aproximar-se desse estado naturalmente utópico dado que o Homem funciona como a natureza - não se domina a ela própria mas também não se deixa dominar - deseja que nada disso tivesse acontecido: Qual seria a piada de viver sem restrições? de ser livre sem conquistar a liberdade?

No fundo o ser humano é um ser convicto, (ou pelo menos aparentemente convicto das suas ideias), lutador e objectivista: Uma besta da natureza mas com "potencialidade" de ter propósitos bem mais racionais.

Tiago Vilarinho

22/07/2010

Tudo aquilo que passamos se desvaneceu numa nuvem de pó,
A minha alma, outra plena, é hoje triste e só.
O vento uivando lá fora arrasta memórias rasgadas de sorrisos aparentes,
Meus lábios parecem-me vivos no passado, mas hoje dormentes.
Os meus nervos e ossos são as raízes férteis que brotaram ramos podres.
Nos canteiros que me habitaram há sal seco, nenhumas flores.
A força da minha juventude é o desgaste da pele enrugada que ainda não tenho.
Estou num beco com muitas saídas mas a felicidade eu desdenho.
E não há nada que os meus antigos nobres valores hoje possam comprar,
Pois o Mundo inteiro já é grande demais para eu abraçar.
Sou tão pequeno que não suporto o esqueleto que comporto.
Terei forças para continuar vivo, ou será que já estou morto?

Tiago Vilarinho

domingo, 16 de maio de 2010

Importância das Redes Sociais: Perspectiva Social e Empresarial

Texto individual do trabalho de grupo "Hoteis italianos de 5 estrelas e as redes sociais" da disciplina de Tecnologias e Sistemas de Informação, ESHTE 2010



Ao entrar no século XXI o Planeta já estava inteiramente familiarizado com as novas tecnologias e com a Internet, mas na primeira década do novo milénio houve uma aceleração natural do processo: vive-se a era digital, onde a informação é imediata, praticada no segundo, e os jovens do novo milénio crescem num ambiente em que a internet tem um grande peso (Estima-se que sejam 1.1 biliões os utilizadores da Internet em todo o Mundo).

Associado a esse fenómeno global surgiu portanto um novo fenómeno: As redes Sociais, que tal como o nome sugere, tiveram um impacto gigantesco na nossa sociedade. Vieram demonstrar que a Teoria dos seis graus de separação (teoria que defende que a partir de uma pessoa é possível alcançar qualquer uma outra em todo o globo terrestre percorrendo no máximo 6 graus de conhecimentos entre amigos, conhecidos, familiares, etc.) é aplicável ao nosso mundo ao reunir os utilizadores numa rede de conhecimentos.

De facto, hoje em dia, alguém não saber o que é o Facebook, é visto como um fenómeno não muito comum, sendo particularmente no mundo dos jovens, como algo até bastante raro (um outsider).

No inicio, as redes sociais eram associadas ao lazer e à comunicação entre amigos e familiares, porém, actualmente, a relação estabelecida entre pessoas através das redes sociais passa agora também a ser entre empresas e clientes.

As salas de chat na Internet foram passando a ser algo démodé: as redes sociais davam mais personalidade ao fenómeno, permitiam a criação de perfis, que iam sendo enriquecidos com conteúdo social transmitido por outras pessoas. É o fenómeno do “Achievement” entre os mais jovens, a verdadeira escalada social fundamentada. E tal como tudo nesta sociedade descartável, também as redes sociais aborrecem e passam de moda passado algum tempo, daí se explica a gigantesca diversificação de redes e mesmo o número de utilizadores que difere de uns países para os outros (No Brasil a rede social mais utilizada é o Orkut enquanto que em Portugal era há uns meses o Hi5).

A dimensão e os negócios à volta destas páginas tomaram proporções gigantescas: O My Space, por exemplo registava 116 milhões de utilizadores em 2006, dois anos após ser criado e um ano após ter sido comprado pela Rupert Murdoch's News Corporation por 580 milhões de dólares americanos.

Em termos empresariais, a utilidade destas redes foi óbvia: seria possível aos patrões analisar informações pessoais sobre um possível candidato a um lugar na empresa, e vice-versa.

Mais tarde viu-se mais valias também no que diz respeito aos contactos que as empresas conseguiam através das redes sociais, assim como a cliente e a aumentar a sua notoriedade perante o público em geral. As redes sociais foram lentamente se tornando num ponto chave do plano de ecommerce de empresas em todos os ramos profissionais, quer seja a grande quer a pequena escala.

Através das suas ferramentas é possível às empresas actualizarem as informações em tempo real, sendo que estas podem passar por textos, imagens, filmes, etc. … Os clientes podem deixar os seus veredictos e isso pode influenciar à opção de outros clientes, ou mesmo transmitir informações importantes às empresas sobre a imagem que o consumidor delas tem.

A comunicação site – rede social é assim tremendamente importante já que as redes sociais têm mais funcionalidades que os sites e por sua vez podem aumentar o número de visitas dos sites.

Tiago Vilarinho (13/05/2010)

Estarei eu morto por dentro?

(24/02/2010)



Cheguei á escola básica EB 2,3 Júlio Saúl Dias, como o mesmo de sempre: uma criança presa em sonhos e por isso talvez mais livre que as outras crianças aparentemente donas da sua liberdade mas artificialmente presas e cegas, mas só algumas horas depois iria compreender essa realidade, e desde esse dia, passadas as ditas horas viria a guardar semelhante informação, muito por mim valorizada, levando-a comigo para a minha vivência diária, ou até, mais correctamente, vivendo-a dia a dia.

Era uma fase escolar de escolha que fazia de nós, pequenos rebentos chamados de púpilos e com a mania que eramos mais do que isso, um pouco mais donos-de-si.

Com o meu equílibrio interno mais suavizado pelas cordas do violino que acompanhava há três anos preteri da música e optei pelo teatro que, para minha indignação futuramente abalada pela positiva, viria a ser leccionado por uma professora de Educação Física, cujo nome a minha parvoíce adolescente me fez esquecer, enbora neste caso se trate mesmo meramente, de um "nome", dado que tudo o resto que essa excelente professora me transmitiu eu apreendi.

A disciplina, pelo menos pelos moldes em que a conheci, presumo que teria o objectivo de nos introduzir ao teatro soltando-nos em palco: nem dois anos ou três depois aprendi mais sobre filosofia do que nessas aulas; Soltei-me no palco da vida como nunca mais viria a aprender a soltar.

Talvez a lição mais importante dessa professora, ou pelo menos aquela que mais me ficou na cabeça foi sem dúvida quando me disse que as pessoas se chateavam por, em certos momentos da sua vida quotidiana não terem nada para fazer, ao que segundo a minha professora seria o meio para "não morrermos por dentro".

Todos os dias eu penso nessas palavras;Chego à conclusão que são demasiado profundas para uma análise conclusiva, mas eu entendi, de certa forma, aquilo que a professora me quis dizer.

Hoje, na Parede, em intervalo de aulas de condução, comendo um delicioso scone com compota de morango, num delicioso café/casa de chá (Tea For Two), interrogo-me se basta pensar nestas palavras para não morrer por dentro, chego à conclusão que não e apesar da minha campanha contínua ao longo dos anos, hoje, longe do mundo que construí sinto-me um pouco morto por dentro...

Com olhos embaciados por uma melancolia para a qual gostaria de ter cura, olho as paredes da casa de chá e encontro uma citação que o destino me trouxe a propósito desta fase da minha vida:
"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no Presente, nem no Futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido." - Dalai Lama.


Tiago Assis Vilarinho (Retirado do segundo moleskine)

sábado, 3 de abril de 2010

Espaço Campanhã


Foi desleixo meu ainda não ter dedicado nenhum post a esse espaço já tão famoso no mundo das artes portista que me é tão familiar, não fosse o seu criador (Miguel Pinho) meu grande amigo e marido da minha mãe.

Porém ao que podia ter sido uma apresentação de algo novo, torna-se agora numa demonstração de talento comprovado.

O Espaço Campanhã, um espaço de exposições independentes e gratuitas que visa dar a conhecer o trabalho de artistas, aliado à Tabacaria, galeria de papel e vídeo, figura já no roteiro de espaços de arte moderna da invicta.

Caracteriza-se pela sua localização, fora do circuito a que gosto de chamar "arte instantânea de Miguel Bombarda" - Campanhã - sendo já um espaço alternativo a quem está farto dessas paragens.

E mais não digo porque vale a pena ver com os próprios olhos.

Vão à Rua Pinto Bessa e apreciem arte com bom gosto acompanhada com uma mini à pala.

Espaço Campanhã Web Site

Lançamento Time Out Porto




Porque o que é bom tem que ser valorizado, eis que a Time Out chega ao Porto, para mostrar os segredos da Invicta aos mais leigos e relembrar ou mesmo mostrar contar novas histórias aos veteranos.

A time out, um guia urbano que figura em várias grandes cidades mundiais, chega finalmente ao Porto e em grande.

Numa linguagem familiar vem mostrar porque a Invicta é a minha cidade de eleição em Portugal. Não percam esta revista se querem passar bons momentos no tempo livre, ideal para quando a criatividade falta.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Avatar, James Cameron - Filme

(25/02/2010)


Eu quero recordar este dia como uma das melhores experiências da minha vida.

A crítica a nível global disparou a nível global com este regresso de James Cameron à grande tela, em Portugal, pelo menos pareceu-me um impacto bastante melhor, mas a minha curiosidade lá me levou a tempo às salas de cinema...

O que resultou das quase três horas de cinema que pouca gente costuma conseguir aturar, foi unicamente o desejo que o filme durasse mais umas quantas.

O realismo de um sonho que transcende o próprio sonho e que ao fim ao cabo não é um sonho é indescritível. Quem projectou este mundo e o pensou desta forma é mais que um génio. A tecnologia, ao que não se pode negar o brilhantismo do 3D transporta-nos para dentro da tela, para uma experiência inacreditável, um estado de pura magia.

A aproximação aos sentimentos das personagens é bastante superior à conseguida pelo Senhor dos Aneis.

Não sei se é a falta de capacidade de sonhar, a vivência de uma existência apenas aparentemente viva, ou algo de diferente que acompanha as pessoas que não concordam minimamente comigo, mas sei que as palavras que digo não são um exagero, mas sim, apenas uma tentativa discreta de tentar traduzir o poder da maior obra-prima do cinema do século XXI e talvez mesmo de sempre.

Poucas palavras existem que sejam possíveis de traduzir realmente este filme, talvez por ter demorado tanto tempo a ser projectado, tendo-se iniciado numa altura em que ainda não existia a tecnologia suficiente para o produzir: novas palavras deveriam ser inventadas também.

Quando saí, e naveguei pelas ondas de melâncolia que se arrastam dentro do centro comercial surgiu-me um pensamento muito estranho: de que vale viver, conhecendo um mundo como o que acabei de conhecer para cair nesta realidade que é o nosso?

Talvez seja mesmo essa a táctica do filme para prender os espectadores, quando o virem saberão do que falo: a personagem principal está sempre a repetir as mesmas palavras, mas na ficção.

Este filme representa o renascer de algo que pode estar morto dentro das pessoas.

Lembro-me de ter visto um filme que disse nunca mais poder ser superado (Senhor dos Aneis, o Regresso do Rei), isso é mais que ultrapassado com este filme.

Como sabem (quem costuma ler o meu blog), gosto de classificar os filmes de 0 a 10. Não vou poder classificar este, lamento, é outro nível, é outro campeonato. Teria que aumentar necessariamente a escala.

O melhor filme de sempre. Mais que um filme, das melhores experiências de uma vida.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Manifestações de Estudantes do ensino Secundário

Estudantes afirmam que estiveram 30 mil na rua em todo o país


Altamente. Hoje não há aulas! Tudo para a manifestação. Vão num reboliço e numa grande agitação erguendo os punhos e gritando palavras de ordem.

Se lhes perguntarem porquê, dizem que lutam pelos seus Direitos, se lhes perguntarem que direitos, dizem que são os seus Direitos de alunos, se lhes perguntarem quais são esses direitos, dirão que já são muitas perguntas e é de seu direito não responder a tantas perguntas.

De facto, aquilo que no fundo se quer é mesmo não responder a perguntas, lutar o máximo não por responder às perguntas mas para evitar ter de lhes responder.

O aluno de hoje em dia começa cedo a ver a escola como algo a evitar, e ir para a rua manifestar soa a festa, soa a dia sem aulas, soa a tudo menos aquilo porque meia dúzia lutam. De facto poucos são no meio de tanta gente aqueles que sabem do que falam e esses arrastam, na maior parte das vezes, as reivindicações das juventudes partidárias.

Lutam contra os exames nacionais, sem perceberem que estão a lutar por um futuro mais infeliz do que aquele que prosperam trabalhando tão pouco. Sem exames nacionais como provar de forma isenta que o ensino é igual quer dentro das escolas públicas quer dentro das privadas? Sem os exames nacionais, e obviamente com excepção de certos colégios privados que primam pela sua exigência e quadros formativos, maior parte das vagas das universidades seriam ocupadas por aqueles que não querem trabalhar e têm dinheiro, não dando voz aos que querem trabalhar e não o têm.

Manifestam-se a favor de aulas de educação sexual, contra o governo e o seu atraso no facto de não as incluir nos programas lectivos. Desconhecem é o facto de que o projecto só não avança devido à oposição de outros partidos e de certas associações de pais contra a sua implementação. Em vez de se falar mal, às vezes também na política resulta falar-se bem. Apoiar decisões e projectos e fazer manifestações para a celeridade da sua implementação.

Protestam contra o Estatuto do aluno. O que significa na realidade isto, é que vão poder chegar atrasados às aulas e faltar mais sem justificação, no fundo é do que o país e a formação dos jovens empreendedores e trabalhadores do futuro precisam. De faltar mais, saber menos, trabalhar menos. Desde que o Estatuto do Aluno entrou em vigor que as escolas são mais justas. Os aluno têm que fazer exames extraordinários sobre matérias a cujas aulas faltaram não prejudicando outros que foram avaliados pela totalidade das aulas. Esses exames são meramente informativos, mas obviamente informação sobre quem não tem interesse em transitar de ano, de certeza de que não vai ajudar esses alunos a passar. Além disso, os alunos faltam menos e a sua pontualidade melhorou significativamente. Falo disto porque não deixei de ser aluno do secundário há muito tempo e sei aquilo que passei a fazer.

Protestam contra as aulas de substituição. Os professores descontentes e amuados não ajudam não senhor, não comparecem ou não fazem rigorosamente nada quando comparecem dando aos alunos a ideia de que não faz diferença estar ou não dentro das salas de aula. Deixo porém aqui referência a um exemplo de sucesso: Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto. Os professores faltaram, eu não e tive o direito (sim apesar de ser tido como uma seca e um dever é, de facto, um direito) a receber formação devido a planos de aula deixados pelos meus professores ou, em caso de última hora a ter debates interessantes e construtivos orientados pelos professores que substitutos. Passei a jogar menos futebol nos furos a que estava habituado. Que chatice, finalmente ia para a escola para aprender. Que chatice, ia ter que ocupar o MEU tempo livre para jogar futebol fora das aulas.

Pretendem manuais gratuitos e condições melhores. Eu não sou ninguém para pensar isso, mas parece-me a mim que aquilo que de facto interessa não é termos escolas bonitas nem livros e canetas de cheiro fantásticos. Parece-me a mim que aquilo que de facto interessa é mesmo aprender. Mas, mesmo assim, dá jeito melhores condições de facto. Mesmo com a crise que temos em cima, e que de certeza que nos permite em pensar em disponibilizar manuais escolares gratuitos para todos, o nosso governo esforçou-se por lançar um projecto de financiamento designado "Modernização das escolas", dotando as escolas de equipamentos modernos e tecnologia de ponta, algo que é modelo em alguns países europeus. Eu pessoalmente tive um ano inteiro metido dentro de contentores, feliz pois as gerações seguintes iriam usufruir de algo que eu não tive oportunidade. Quando é finalizado vejo estas manifestações?

Alunos de Portugal e que tal se estudássemos mais e nos esforçássemos? E que tal se trabalhássemos para fazer valer o esforço dos nossos pais em pôr-nos nas escolas e tentar-mos que os nossos filhos possam estar na escola com mais facilidade? E que tal cultivarmos o positivismo e aplaudir-mos aquilo que faz realmente avançar Portugal? E que tal se cultivarmos um espírito empreendedor objectivista que dote o nosso país, a nossa terra de capacidade de vencer a eterna crise que se prolonga há vários séculos? E que tal se pararmos de atribuir a culpa a terceiros e termos coragem de a assumir e corrigir os nossos erros? E que tal não ter vergonha de estarmos atentos à actualidade e de sermos bons alunos que me parece a mim o mais racional?


Tiago Assis Vilarinho

domingo, 10 de janeiro de 2010

Àgora, Alejandro Amenábar - Filme




Sim, podia ser preguiçoso como sou e esperar para escrever o meu veredicto sobre este filme uns dias, para quem não diz semanas, mais tarde no meu moleskine. Talvez tratando-se mesmo de um bom filme iria ficar para lá esquecido e nunca viria para o blog. Mas não! achei que pura e simplesmente este filme não merece isso. Devo dizer aquilo que sinto mal saí da sala e assim fiz...

Alexandria, séc. IV, um mosaico de religiões que não se entendem. Arrastam-se multidões convictas de que o seu Deus é o mais justo, o melhor, o mais fraterno e por isso estarão dispostas a matar, degolar e estripar quem não o veja e aceite como tal.

O filme é histórico, relata um episódio tão triste e importante que foi a destruição da biblioteca mais importante da Antiguidade - a Biblioteca de Alexandria. Suas fortunas intelectuais e filosóficas, perdidas para sempre tal como todos nós perdemos um bocado de nós com elas são incalculáveis.

Deve-se a isso um jogo de mortes. No fundo não passa disso, um jogo. Multidões exaltadas com uma emboscada dos cristãos aos pagãos. Depois a resposta dos pagãos com mais umas cabeças cristãs cortadas e por aí fora. Quem apareceu primeiro, o ovo ou a galinha? O mesmo esquema se aplica. Ninguém tem razão e o pesadelo dura desde que foram inventadas as religiões até aos nossos dias. Até podíamos encarar como uma questão simples tudo isto se não estivessem em causa as casas que supostamente deveriam doutrinar os maiores valores da nossa tão cruel humanidade.

Vemos o filme e estamos sempre do lado de quem sofre, no fundo é isso. Vestimos a pele de judeus, cristãos e pagãos e vemos que a raiva não leva a nada nenhum.

Tantas interpretações do mesmo Deus, tantas verdades incontestáveis, tanta razão absoluta... Porque é que o nosso Deus é sempre o mais correcto? Porque não podemos parar para pensar um pouco em como no fundo todas as religiões têm algo em comum: todas têm deuses que criaram o Homem. Deus até pode existir, mas é uno, a sua prova está em nós, seres humanos e nos nossos sentimentos mais bonitos. Está na nossa união e no dever de proteger as coisas belas do nosso mundo porque nada vem sozinho. Fazemos parte de um sistema que é a Terra que faz parte de um sistema que é o Mundo. É impossível matematizar como esse sistema funciona e aí reside a prova de existência de um ser que, superior ou não, não deve ser estudado nem explicado. Deve ser amado. A melhor forma de o fazer? fazermos aquilo que está certo enquanto seres inteligentes: Protegermos o nosso legado, protegermos a Natureza.

Nunca vi um filme que abordasse esta questão tão maravilhosamente e ao mesmo tempo que combine tal com outras questões como o papel da mulher na sociedade, o papel dos escravos e a fugacidade que dura uma crença. Não percam.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Em busca da espiritualidade

(13/12/2009)


Há uns dias atrás tentei seriamente às palavras da minha avó Júlia, à saída do cinema, quando ela comentava o movimento que a série Twilight havia formado.

A minha avó, que outrora já foi professora de História no Secundário e que actualmente é professora de vida aos seus netos que a tanto estimam, explicou-me que o ser humano nasceu para se agarrar a causas e convicções, e que tem um especial fascínio pelas que se desenrolam no campo do místico, do esotérico.

Por fases, demonstrou-o com as pinturas nas cavernas, o poder das religiões e etc...

Disse-me que as religiões foram perdendo força com o avançar dos tempos, mas que as pessoas continuavam a precisar da sua fórmula e que o resultado estava nos milhares de movimentos religiosos, espiritualistas e seitas que se multiplicaram no nosso século.

Realmente, é possível sentir uma certa mística, uma certa emoção quando vemos as pessoas unidas à mesma causa. As pessoas sentem-se úteis, sentem-se com propósitos de vida. As claques de futebol, as igrejas, as bandas, o cinema, os grupos ambientalistas, os partidos políticos e etc. são ao prova disso mesmo.

São estas convenções que fazem as pessoas sentir-se pessoas.

Tiago Assis Vilarinho

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um sistema bem desenhado

(04/12/2009)


Muitas vezes ouço dizerem-me "Tens que relaxar!", "Lá vem o filosofo, trazes um bloco de notas para todo o lado!", "És extremamente racional" e "Assim não curtes nada".

Eu não posso ser mentiroso ao dizer que estou fora do sistema. Eu estou bem dentro dele e não consigo sequer parecer que não, há pessoas que o fazem bem melhor que eu. Cumpro largamente o papel de jovem do século XXI e estou tão podre como o resto da sociedade.

Porém, às vezes sinto algo querer sair de mim...

Quando idealizo esta teoria de sistema manipulador que as pessoas tanto gostam de criticar parece que vejo provas empíricas de que ele é uma realidade em todo o lado.

Diariamente vejo as pessoas andarem como se de Robots humanos se tratassem. Caminhando como formigas atarefadas, cada um com as suas capacidades, cada um com a sua classe, cada um com o seu trabalho diferente. Todas estas pessoas contribuem para a manutenção de um sistema que parece compensar quem para ele contribui. As pessoas queixam-se da rotina sem fazerem muito bem a ideia do que isso possa sequer ser. Fazem este quotidiano por necessidade imposta, e sentem-se realizadas porque é o sistema que as manipula nesse sentido.

Mas o pior é quando chega a recompensa: A quebra da rotina, o lazer, os tempos livres. As pessoas talvez ainda sejam menos humanas durante estas pausas na sua emocionante aventura, cheia de propósitos, que é a vida. Quando têm oportunidade para fugir ao sistema as pessoas fazem-no da maneira mais degradante possível. É a vez dos vícios, das tentações e das ilusões. As pessoas cedem a elas, na parte, ou no todo, porque pensam que é justificável a sua cedência pelo facto de existir um sistema que as desgasta e compensa. O ser humano destrói-se a si próprio e não vejo nenhum animal fazer o mesmo.

Os valores humanos vão sendo cada vez mais estranhos, e as pessoas nem percebem isso, mas as suas reacções àquilo que parece diferente mas é no fundo mais natural, mais antigo, é óbvia. Não sei porque caminho vai a humanidade e não pronuncio a mais ténue linha de felicidade nesse sentido. Mas nada derruba algo tão bem desenhado, tão bem estruturado, e com tanto tempo de teste a aplicação...

Ora a questão que é uma luta em mim todos os dias, a questão que provavelmente está na origem de tudo é: Vale a pena lutar contra o sistema? E depois? O que se faz?

Não há de todo resposta a estas questões e a solução mais prática e racional passa por optarmos por sermos irracionais. Vamos entrar no sistema e viver ao máximo as suas emoções fortes. Vamos estourar-nos todos e contribuir para a ridicularidade que é a singularidade das nossas vidas. Vamos deixar de ser racionais e viver cada milésima de segundo como se não houvesse amanhã, porque, de facto, não há amanhã e portanto não vale a pena fazer nada contra isso.

"Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,

Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.

Ah, canta, canta sem razão !
O que em mim sente 'stá pensando.
Derrama no meu coração
A tua incerta voz ondeando !

Ah, poder ser tu, sendo eu !
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso ! Ó céu !
Ó campo ! Ó canção ! A ciência

Pesa tanto e a vida é tão breve !
Entrai por mim dentro !
Tornai Minha alma a vossa sombra leve !
Depois, levando-me, passai !"

"Ela canta pobre ceifeira", de Fernando Pessoa

Tiago Assis Vilarinho

domingo, 15 de novembro de 2009

Sacanas sem Lei/Inglorious Bastards, Quentin Tarantino - Filme

(08/09/2009)


Cada vez gosto mais deste realizador cujos filmes por serem anormalmente bons entram no campo do paranormal.

A maneira como ele pensou em fazer da segunda guerra mundial um filme do estilo "western spaghetti" faz dos outros filmes sobre o mesmo tema menores e dá tons de uma atrocidade tão atroz que se torna divertida.

O conceito por ele criado desta maneira é de tal maneira complexo que se torna praticamente impossível de definir ou analisar.

Quando saí da sala chamei-lhe "assassino da História" pela maneira como ele a adultera, mas também entendi que um filme como aquele só poderia acabar daquela maneira. Quentin explica essa transformação dizendo que se as suas personagens tivessem existido, o final poderia ter sido mesmo aquele. Isso envolve a ideia e teoria do determinismo, em que as coisas apenas acontecem se um conjunto de pequenas situações aparentemente dispersas o viabilizarem e que basta alterar uma dessas situações que tudo muda. Obviamente essa teoria está associada ao Destino, essa força suprema que tanto agrada a uns e desagrada a outros.

Os actores estão perfeitamente bem enquadrados e para mim aquele que mais me surpreendeu pela positiva foi: Christoph Waltz.

Quanto ao filme: Magnifico!
(10/10)

Tiago Vilarinho
Retirado do Moleskine

Projecto Vénus

(28/06/2009)



Há tantos cheiros para cheirar.
Há tantas coisas para ver.
Há tantas pessoas para conhecer,
e tantos sentimentos para partilhar.

Há tantos sabores para sentir.
Tantos caminhos para percorrer.
E os que ainda hão-de vir.
Dar-nos-ão vontade de viver.

Tantos obstáculos para ultrapassar.
Tantos esforço, para dispor.
Para do mundo o Homem ser pastor,
muita energia há que se gastar.

E quando nos fartarmos
do mundo, das coisas belas,
podemos consolar-nos,
basta olhar para as estrelas.

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Amirável Mundo Novo", Aldous Huxley

(sem data)


O livro mais humanista que alguma vez li em toda a minha vida. Uma obra tremendamente fantástica e indispensável a qualquer ser humano que se considere digno de o ser.

Fala de uma sociedade futura organizada em moldes mundiais, e dirigida por uma ditadura aparentemente abstracta.

Já sabia que Hsldous Huxley, sendo contemporâneo dos grandes totalitarismos europeus, criticava (aliás, é por essa temáticas que passam as mais emblemáticas das suas obras) vivamente esses regimes. A minha dúviida passa por não perceber bem que tiipo d regime está ele a criticar com esta obra em especial já que me parece que tem traços quer de uma ditadura de extrema direita quer de extrema esquerda: nesta sociedade as pessoas são manipuladas logo à nascença para consumirem compulsivamente e, um facto engraçado é que todas as activiidades de lazer, como por exemplo os desportos, requerem imensos materiais para que estes estejam orientados para esse fim consumista. Outro facto curioso é o de que todas as acções são orientadas para o bem-estar comum de uma sociedade organizada por castas determinadas à sua nascença por via de manipulação genética (porque as pessoas nascem por fecundação in vitro) que dota umas de maior capacidade que outras, sem, obviamente nunca exagerar de forma a que as pessoas não possuam inteligência para compreender a hábil manipulação a que estão submetidas.

O "horror" da obra passa pela maneira como se extinguiram os valores humanos e os seus sentimentos mais profundos como o amor para se "apurar" uma sociedade perfeita e sem conflitos. por essa mesma via seguiram a cultura e as artes, completamente destruídas à excepção de reservas de "selvagens", pequenas sociedades tradicionais, antiquadasm religiosas e alvo de enfermidades e sujidade, que eram motivo de atracção, uma espécie de zoo de humanos que resisitiram à evolução da sociedade moderna.

As personagens da história surgem apenas para ilustrar essa sociieade de consumo de clones desafectos de qualquer sentimento, pois não há um final propriamente feliz.

É uma obra apaixonante.

À minha mãe

(18/04/2009)

Mais sorte?
Não creio!
Vim ao mundo mais forte,
pois cresci no teu seio.

Esta visão que hoje tenho,
foste tu que me a puseste.
O poder que hoje detenho,
Foste tu que abasteceste.

Orientaste-me para o bem,
Sim,
foste tu minha mãe...


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mostrengo da minha Alma

(14/06/2009)


A preguiça é o maior mostrengo,
da minha alma.
Minha loucura desaparecer, vai fazendo,
substituindo-a pela calma

Ela, minhas naus não dobraram.
Com esforço, depois disso,
não restará nenhum pensamento omisso,
pois suas qualidade aeronáuticas demonstraram.



Estoril

(21/09/2009)

Chamo-me Tiago Vilarinho (isso sei eu bem). Já de onde sou, quais as minhas origens, aonde pertenço, a questão torna-se um pouco mais complicada.

Ainda não era projecto e já tinha a consciência de que iria ser portista, mas um acaso fez-me nascer em Famalicão. Além disso, fui ainda registado em Rio Tinto, Gondomar, onde vivi até aos três anos de idade para depois mudar para Vila do Conde, terra que me marcou para sempre.

A preocupação dos meus avós paternos de que eu não me desviasse das minhas tendências tão portistas manteve-me sempre ligado ao Porto, algo que se veio a completar com a agenda da minha mãe tão direccionada para essas paragens.

A mudança para o Porto em mentalidade deu-se no meu décimo ano quando para lá fui estudar apesar de me manter a viver em Vila do Conde.

Passados esses dois níveis, eis que me encontro agora num terceiro. Os mesmo olhos assustados, o mesmo coração nervoso. Mas desta vez é diferente...

Sou apenas um míuda que se vê afastado das saias da mãe, um rapaz com saudade das lavagens cerebrais pró PS e pró FCP do pai, um adolescente que sente falta da sua identidade dentro do seu tão carismático grupo de amigos e sobretudo um soldado combatendo em terras longínquas necessitando de uma fotografia amachucada da namorada para sobreviver a mais um dia nas trincheiras.

Estoril, cheguei! Há dois anos que és um fantasma que me persegue e que sempre tentei afastar. Vais cada vez mais ganhando mais aspecto sólido, que ainda desconheço, que não gosto nem desgosto, os primeiros riscos numa tela que pode ser um sucesso ou um fiasco.

Para já quedo-me em mar alto, no meio de uma tempestade das minnhas próprias lágrimas que não têm nem nada de alegria nem nada de tristeza. Aperto-me ao que resta do meu barco, agarrando-me a uma esperança de olhar para mais do que uma fotografia.

terça-feira, 21 de julho de 2009

General Gomes Freire de Andrade

(12/06/2009)


O liberalismo nasceu contigo.
Ao som da tua trágica morte,
ouvida numa cidade do norte,
ó general do povo amigo,
que não teve a melhor sorte.

Tiveste em teu nome "Liberdade",
e também não esquecemos,
que bebeste pelo cálice da verdade,
mas por aqui todos te conhecemos,
por Gomes Freire de Andrade.

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine