Estudantes afirmam que estiveram 30 mil na rua em todo o país
Altamente. Hoje não há aulas! Tudo para a manifestação. Vão num reboliço e numa grande agitação erguendo os punhos e gritando palavras de ordem.
Se lhes perguntarem porquê, dizem que lutam pelos seus Direitos, se lhes perguntarem que direitos, dizem que são os seus Direitos de alunos, se lhes perguntarem quais são esses direitos, dirão que já são muitas perguntas e é de seu direito não responder a tantas perguntas.
De facto, aquilo que no fundo se quer é mesmo não responder a perguntas, lutar o máximo não por responder às perguntas mas para evitar ter de lhes responder.
O aluno de hoje em dia começa cedo a ver a escola como algo a evitar, e ir para a rua manifestar soa a festa, soa a dia sem aulas, soa a tudo menos aquilo porque meia dúzia lutam. De facto poucos são no meio de tanta gente aqueles que sabem do que falam e esses arrastam, na maior parte das vezes, as reivindicações das juventudes partidárias.
Lutam contra os exames nacionais, sem perceberem que estão a lutar por um futuro mais infeliz do que aquele que prosperam trabalhando tão pouco. Sem exames nacionais como provar de forma isenta que o ensino é igual quer dentro das escolas públicas quer dentro das privadas? Sem os exames nacionais, e obviamente com excepção de certos colégios privados que primam pela sua exigência e quadros formativos, maior parte das vagas das universidades seriam ocupadas por aqueles que não querem trabalhar e têm dinheiro, não dando voz aos que querem trabalhar e não o têm.
Manifestam-se a favor de aulas de educação sexual, contra o governo e o seu atraso no facto de não as incluir nos programas lectivos. Desconhecem é o facto de que o projecto só não avança devido à oposição de outros partidos e de certas associações de pais contra a sua implementação. Em vez de se falar mal, às vezes também na política resulta falar-se bem. Apoiar decisões e projectos e fazer manifestações para a celeridade da sua implementação.
Protestam contra o Estatuto do aluno. O que significa na realidade isto, é que vão poder chegar atrasados às aulas e faltar mais sem justificação, no fundo é do que o país e a formação dos jovens empreendedores e trabalhadores do futuro precisam. De faltar mais, saber menos, trabalhar menos. Desde que o Estatuto do Aluno entrou em vigor que as escolas são mais justas. Os aluno têm que fazer exames extraordinários sobre matérias a cujas aulas faltaram não prejudicando outros que foram avaliados pela totalidade das aulas. Esses exames são meramente informativos, mas obviamente informação sobre quem não tem interesse em transitar de ano, de certeza de que não vai ajudar esses alunos a passar. Além disso, os alunos faltam menos e a sua pontualidade melhorou significativamente. Falo disto porque não deixei de ser aluno do secundário há muito tempo e sei aquilo que passei a fazer.
Protestam contra as aulas de substituição. Os professores descontentes e amuados não ajudam não senhor, não comparecem ou não fazem rigorosamente nada quando comparecem dando aos alunos a ideia de que não faz diferença estar ou não dentro das salas de aula. Deixo porém aqui referência a um exemplo de sucesso: Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto. Os professores faltaram, eu não e tive o direito (sim apesar de ser tido como uma seca e um dever é, de facto, um direito) a receber formação devido a planos de aula deixados pelos meus professores ou, em caso de última hora a ter debates interessantes e construtivos orientados pelos professores que substitutos. Passei a jogar menos futebol nos furos a que estava habituado. Que chatice, finalmente ia para a escola para aprender. Que chatice, ia ter que ocupar o MEU tempo livre para jogar futebol fora das aulas.
Pretendem manuais gratuitos e condições melhores. Eu não sou ninguém para pensar isso, mas parece-me a mim que aquilo que de facto interessa não é termos escolas bonitas nem livros e canetas de cheiro fantásticos. Parece-me a mim que aquilo que de facto interessa é mesmo aprender. Mas, mesmo assim, dá jeito melhores condições de facto. Mesmo com a crise que temos em cima, e que de certeza que nos permite em pensar em disponibilizar manuais escolares gratuitos para todos, o nosso governo esforçou-se por lançar um projecto de financiamento designado "Modernização das escolas", dotando as escolas de equipamentos modernos e tecnologia de ponta, algo que é modelo em alguns países europeus. Eu pessoalmente tive um ano inteiro metido dentro de contentores, feliz pois as gerações seguintes iriam usufruir de algo que eu não tive oportunidade. Quando é finalizado vejo estas manifestações?
Alunos de Portugal e que tal se estudássemos mais e nos esforçássemos? E que tal se trabalhássemos para fazer valer o esforço dos nossos pais em pôr-nos nas escolas e tentar-mos que os nossos filhos possam estar na escola com mais facilidade? E que tal cultivarmos o positivismo e aplaudir-mos aquilo que faz realmente avançar Portugal? E que tal se cultivarmos um espírito empreendedor objectivista que dote o nosso país, a nossa terra de capacidade de vencer a eterna crise que se prolonga há vários séculos? E que tal se pararmos de atribuir a culpa a terceiros e termos coragem de a assumir e corrigir os nossos erros? E que tal não ter vergonha de estarmos atentos à actualidade e de sermos bons alunos que me parece a mim o mais racional?
Se lhes perguntarem porquê, dizem que lutam pelos seus Direitos, se lhes perguntarem que direitos, dizem que são os seus Direitos de alunos, se lhes perguntarem quais são esses direitos, dirão que já são muitas perguntas e é de seu direito não responder a tantas perguntas.
De facto, aquilo que no fundo se quer é mesmo não responder a perguntas, lutar o máximo não por responder às perguntas mas para evitar ter de lhes responder.
O aluno de hoje em dia começa cedo a ver a escola como algo a evitar, e ir para a rua manifestar soa a festa, soa a dia sem aulas, soa a tudo menos aquilo porque meia dúzia lutam. De facto poucos são no meio de tanta gente aqueles que sabem do que falam e esses arrastam, na maior parte das vezes, as reivindicações das juventudes partidárias.
Lutam contra os exames nacionais, sem perceberem que estão a lutar por um futuro mais infeliz do que aquele que prosperam trabalhando tão pouco. Sem exames nacionais como provar de forma isenta que o ensino é igual quer dentro das escolas públicas quer dentro das privadas? Sem os exames nacionais, e obviamente com excepção de certos colégios privados que primam pela sua exigência e quadros formativos, maior parte das vagas das universidades seriam ocupadas por aqueles que não querem trabalhar e têm dinheiro, não dando voz aos que querem trabalhar e não o têm.
Manifestam-se a favor de aulas de educação sexual, contra o governo e o seu atraso no facto de não as incluir nos programas lectivos. Desconhecem é o facto de que o projecto só não avança devido à oposição de outros partidos e de certas associações de pais contra a sua implementação. Em vez de se falar mal, às vezes também na política resulta falar-se bem. Apoiar decisões e projectos e fazer manifestações para a celeridade da sua implementação.
Protestam contra o Estatuto do aluno. O que significa na realidade isto, é que vão poder chegar atrasados às aulas e faltar mais sem justificação, no fundo é do que o país e a formação dos jovens empreendedores e trabalhadores do futuro precisam. De faltar mais, saber menos, trabalhar menos. Desde que o Estatuto do Aluno entrou em vigor que as escolas são mais justas. Os aluno têm que fazer exames extraordinários sobre matérias a cujas aulas faltaram não prejudicando outros que foram avaliados pela totalidade das aulas. Esses exames são meramente informativos, mas obviamente informação sobre quem não tem interesse em transitar de ano, de certeza de que não vai ajudar esses alunos a passar. Além disso, os alunos faltam menos e a sua pontualidade melhorou significativamente. Falo disto porque não deixei de ser aluno do secundário há muito tempo e sei aquilo que passei a fazer.
Protestam contra as aulas de substituição. Os professores descontentes e amuados não ajudam não senhor, não comparecem ou não fazem rigorosamente nada quando comparecem dando aos alunos a ideia de que não faz diferença estar ou não dentro das salas de aula. Deixo porém aqui referência a um exemplo de sucesso: Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto. Os professores faltaram, eu não e tive o direito (sim apesar de ser tido como uma seca e um dever é, de facto, um direito) a receber formação devido a planos de aula deixados pelos meus professores ou, em caso de última hora a ter debates interessantes e construtivos orientados pelos professores que substitutos. Passei a jogar menos futebol nos furos a que estava habituado. Que chatice, finalmente ia para a escola para aprender. Que chatice, ia ter que ocupar o MEU tempo livre para jogar futebol fora das aulas.
Pretendem manuais gratuitos e condições melhores. Eu não sou ninguém para pensar isso, mas parece-me a mim que aquilo que de facto interessa não é termos escolas bonitas nem livros e canetas de cheiro fantásticos. Parece-me a mim que aquilo que de facto interessa é mesmo aprender. Mas, mesmo assim, dá jeito melhores condições de facto. Mesmo com a crise que temos em cima, e que de certeza que nos permite em pensar em disponibilizar manuais escolares gratuitos para todos, o nosso governo esforçou-se por lançar um projecto de financiamento designado "Modernização das escolas", dotando as escolas de equipamentos modernos e tecnologia de ponta, algo que é modelo em alguns países europeus. Eu pessoalmente tive um ano inteiro metido dentro de contentores, feliz pois as gerações seguintes iriam usufruir de algo que eu não tive oportunidade. Quando é finalizado vejo estas manifestações?
Alunos de Portugal e que tal se estudássemos mais e nos esforçássemos? E que tal se trabalhássemos para fazer valer o esforço dos nossos pais em pôr-nos nas escolas e tentar-mos que os nossos filhos possam estar na escola com mais facilidade? E que tal cultivarmos o positivismo e aplaudir-mos aquilo que faz realmente avançar Portugal? E que tal se cultivarmos um espírito empreendedor objectivista que dote o nosso país, a nossa terra de capacidade de vencer a eterna crise que se prolonga há vários séculos? E que tal se pararmos de atribuir a culpa a terceiros e termos coragem de a assumir e corrigir os nossos erros? E que tal não ter vergonha de estarmos atentos à actualidade e de sermos bons alunos que me parece a mim o mais racional?
Tiago Assis Vilarinho
olá tiago vilarinho,
ResponderExcluiracabei de ler a tua crónica na diagonal e foram tão só bastantes 30" para ter a confirmação e perceber que estás no curso (o mais provavelmente) errado.
o jornalismo é a tua área e de uma forma muito clara.precisamos de alguns mários crespos de substituição para quando este se reformar o que se deseja o mais longinquamente no tempo,no espaço e no modo.precisamos de jornalistas assim.capazes de servirem de porta voz dos cidadãos defendendo de modo exemplar o escrupuloso cumprimento das regras da cidadania, da liberdade,nomeadamente.
and so on...
jaime eusébio
Sr. Jaime gostei muito da sua crítica construtiva e obviamente inseguro como sabe que sou em relação ao meu futuro abalei um pouco agora. É que eu gosto de tantas coisas que não sei realmente em que sou bom verdadeiramente. Estudarei bem essa hipotese porque a trocar só no fim do ano. Não descarto igualmente o facto de que poderei fazer também uma segunda licenciatura. Obrigado.
ResponderExcluirestimado tiago,
ResponderExcluirserve este para te referir que apreciando contudo que consideres o meu comentário, tal não passa de uma apreciação inócua,de uma vaguidão simplista.
não deves abalar com tanta facilidade,pois todas as decisões que tomamos na vida não são simples, são difíceis de encarar, de exercer, de aceitar, porque implicam uma escolha que se pretende esclarecida, baseada naquilo que há-de ter que ver com a realização da pessoa, isto é com aquilo que tem a ver com a felicidade,ou com o que nos torna pessoas mais felizes.quanto mais ainda, este tipo de processo de decisão que se pretende não conflituoso, natural,tão natural e límpido como o ar que se respira e que não sentimos. estas decisões são por vezes, muitas das vezes, escolhas glamorosas, porque cheias de fashion, eivadas de sentimentos contraditórios, ou de compromissos simultaneamente amplos,abrangentes de tudo querer,mesmo de um querer legítimo e muito forte, que nos há-de por á prova, que nós havemos de alcançar; motivos,sentimentos de realizaçaõ pessoal que nos nortearão para sempre, para toda a nossa curta existência: os valores morais,o trabalho que consubstância e dignifica a pessoa(aquilo que em última instância realiza o homem), estes sim são todas aqueles componentes construtores de um edifício chamado homem, que funcionam enquanto fundações,pilares e todos os outros e restantes ou inúmeros elementos estruturais que nos hão-de fundar bem fundo, estes serão os princípios inabaláveis quando estruturais ou estruturantes do homem desperto para e a par do seu tempo.
não sei se esta vai já demasiado longa ou muito ao largo do que seria de supor. deve ser para te lembrar que este não é um teste de escolha múltipla, não estás ou não deves estar implicado num processo de tentativa e erro,não tens tempo para coleccionares licenciaturas, pelo que não deves contemporizar,fazer concessões ou ceder ao gesto fácil de escolher o que outros escolhem para ti ou entendem que é o que dá mais.
Eu compreendo as suas palavras e aquilo que eu mais queria antes de querer ter a certeza se estou certo é ser firme, o que tal vez venha a dar ao mesmo. Mas de facto a minha paixão pela vida e pelo Mundo é tanta que eu quero fazer tudo a todo o momento. Talvez isso seja mau porque acabo por não sentir as coisas na sua íntegra, mas por outro lado dota-me de completitude o que eu até gosto. Eu disse que ia dar uma olhadela apenas. Nunca me interessei pelo curso de jornalismo mas de facto adoro escrever este tipo de crónicas e participar em discussões sobre temas da actualidade, daí a minha curiosidade. Por outro lado estou satisfeito no curso e na escola mas o meu esforço não está, para já a ser recompensado com boas notas e fico relutante na ideia de que se calhar, noutro curso seria melhor...
ResponderExcluirObrigado, procurarei ser mais íntegro.
Caro Tiago
ResponderExcluirGostei muito do seu "post", sou pai e efectivo do movimento associativo de pais e as associações de pais que refere são poucas e nem sequer são das que diariamente se preocupam com a escola.
Os alunos faziam bem melhor perguntar na escola porque é que os seus projectos educativos não contemplam a educação sexual (obrigatório já antes da actual lei). Porque é que não aparecem nos Conselhos Gerais das escolas, onde têm assento a exigir a educação sexual, o resto já você disse tudo.
Só não disse que os estudantes da Plataforma ou lá como se chamam, são os filhinhos dos papás do Bloco de Esquerda e a sua conversa é igual à dos professores nas manif's anti Maria de Lurdes Rodrigues, os que os acompanham na turba, como disse, nem sequer sabem porque protestam (ficou bem evidente).
PARTE I
ResponderExcluirCaro Tiago,
Compreendo perfeitamente a tua indignação quanto aos motivos que levaram os alunos a aderir à greve, mas, embora compreendendo, não posso concordar com todos os teus pontos de vista.
Desde que soube da greve e dos seus motivos, esforcei-me para imprimir panfletos informativos – dado que só se justifica haver uma manifestação quando se sabe, realmente, sobre o que se está a reivindicar -, tentei marcar uma RGA (Reunião Geral dos Alunos), entrei em debate com os estudantes de forma a promover a informação e a criar neles o espírito crítico e de debate e ontem, quando estava à frente da escola, no piquete de greve, a perguntar aos meus colegas se iriam participar ou não, a grande maioria dizia-me que iria participar por estar descontente com factor A ou B, dando a respectiva justificação. Decerto houve casos em que os alunos fizeram greve para faltar às aulas, mas fiquei orgulhosa por ter percebido que o meu esforço em informar não tinha sido em vão.
Quanto aos Exames Nacionais, compreendo a tua posição, visto que, criados sob o pretexto de vir igualar os ensinos público e privado, não têm feito mais que deitar abaixo o processo de avaliação contínua, condensando anos de progresso e esforço de cada estudante em apenas duas horas e demonstrando também, através dos seus resultados, que se trata de uma profunda injustiça estudantes diferentes (com mais ou menos condições económicas), em escolas diferentes (com melhores ou piores condições materiais e humanas), sejam avaliados de igual forma.
Para suportar a minha opinião, dou-te um exemplo concreto: peço-te para imaginares dois alunos que estudam, um, na Escola Secundária e Básica do Cerco e, outro, na Escola Secundária Filipa de Vilhena; o primeiro aluno é um trabalhador-estudante, com dificuldades financeiras e mau ambiente familiar e o segundo é um aluno que dedica inteiramente o seu tempo às aulas e, embora não tendo grande poder económico, tem o suficiente para poder pagar explicações ou livros de apoio ao estudo. Em que medida é justo, explica-me, que alunos com condições escolares e familiares tão distintas sejam avaliados, ao fim de três anos de trabalho, com o mesmo teste, teste esse que, inicialmente, vale 30% da nota, mas que chega a valer, por vezes, 50% numa disciplina específica para dar a entrada na Universidade? Isto aliado ao facto de que nunca tornam iguais o ensino privado e o ensino público! As escolas privadas têm sempre mais condições para preparar os seus alunos para os Exames Nacionais, podendo nós verificar tal facto no ranking dos resultados dos exames. Considero, por isto, que os objectivos dos Exames falham na sua essência, implementando um ensino de elite e não a igualdade entre os vários tipos de ensino, tão aclamada pelos seus defensores!
PARTE II
ResponderExcluirQuanto ao Estatuto do Aluno, concordaria plenamente contigo caso o protesto tivesse rondado em torno da abolição de TODAS as medidas do estatuto. Pelo contrário, protestou-se contra ESTE Estatuto do Aluno, onde as faltas justificadas têm o mesmo peso que as injustificadas. Apela ao bom senso dos professores, bom senso esse que uns têm e outros não! Para além disto, através de um despacho emitido pelo Ministério após a implementação da lei, os conselhos de turma podem decidir se aceitam ou não “apagar” as faltas justificadas por atestado médico.
Também é importante referir que, segundo este diploma, o Director da escola passa a ter mais poder de decisão sobre as sanções a atribuir a um estudante considerado “indisciplinado” (sendo este conceito, à partida, bastante subjectivo e propício a atropelos às liberdades e garantias democráticas).
Em relação às aulas de substituição, nada a dizer, dependendo do que façam os professores substitutos. Mas não sei se reparaste, ou sou eu que estou muito enganada, esse motivo não foi utilizado na Manifestação (pelo menos, não foram mobilizados os alunos nesse sentido).
Manuais gratuitos e melhores condições nas escolas, ora aí está uma grande lacuna do ensino em Portugal! Segundo a Constituição, estamos perante um ensino obrigatório e GRATUITO. Ora, obrigatório sim, de facto; gratuitidade, nem vê-la.
Para colmatar as falhas de condições nas escolas, o Governo criou uma empresa, a EPE, com o intuito de remodelar as escolas com fracas condições, desresponsabilizando-se. Contudo, é preciso desmascarar toda esta situação: segundo a lei, esta empresa, que por agora é pública, passa a estar encarregue da gerência dos espaços onde intervém; resultado: bares, papelarias, reprografias, cantinas privatizados, com menor qualidade na prestação de serviços e subida dos preços cobrados aos estudantes (para recuperar o capital investido)! Para não falar que as remodelações, devido aos prazos apertados (se reparares, a maior parte das obras que já tinha sido iniciada, terminou em tempo de eleições, sabe-se lá porquê!), foram muito mal executadas: na Escola Secundária José Régio, por exemplo, as obras ainda não acabaram totalmente, mas pode verificar-se, no que já foi feito, sinais de humidade e paredes rachadas; na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no pavilhão, há humidade, tabelas de basquetebol pregadas a tijolo que não suportam o peso máximo estabelecido e, na enfermaria, não cabe uma maca!
Claro está que não posso deixar de criticar os jovens estudantes de Portugal! Não se pode desculpabilizar os alunos, apontando o dedo ao sistema de ensino, pois a falta de sucesso escolar advém de ambos os lados. O que acontece é que, e só posso falar por mim neste aspecto, eu, como aluna interessada, empenhada, que cumpro com o meu dever como estudante, filha (já que é com os bons resultados que posso dar “algo em troca” aos meus pais) e cidadã inserida numa sociedade, tenho o direito de me manifestar individualmente sobre o que considero que está a ser feito de maneira incorrecta. A liberdade de expressão é um direito a que não prescindo e ao qual, espero bem, que os jovens estudantes não prescindam também. “ (...) a voz do mundo depende de cada um – ‘se ela se cala (a voz) a culpa é minha’.”
Bruna Lopes
Olá Tiago,
ResponderExcluirGostei deste post. Fico contente por saber que há mais gente a pensar assim.
Hoje em dia os jovens lutam tanto para conseguir liberdade e independência, que se esquecem que a estas vem acrescida a responsabilidade. Antes de exigir direitos, há que garantir que cumprimos os nossos deveres. Como alunos, estabelecermos objectivos, sermos interessados e preocuparmo-nos com o nosso futuro de forma consciente. Sermos donos do nosso caminho e alcançarmos resultados de acordo com as circuntâncias dadas, sem apontar dedos a professores ou sistemas.
Infelizmente muitas vezes não é o que acontece, e culpar outra entidade é mais simples do que jogar pelas regras e ser bem sucedido, o que só é possível com esforço e dedicação. Há que encarar os problemas como nossos e chegar-nos à frente para os resolver.
Filipa Ruela
Por amor de deus... Realmente tem piada! Agora iriamos todos ter direitos a SASE e subsidios escolares, mesmo quando as nossas famílias têm possibilidades económicas. Isso sim, seria injustiça! A escolaridade é OBRIGATORIA E GRATUITA, para aqueles que nao podem paga-la. Enfim...
ResponderExcluirEstes alunos que nem sabem por que razão estão na rua a gritar e a faltar às aulas, nem direito a escolaridade deviam ter!
Inês de Carvalho Eusébio
Antes de mais nada, fico contente por o meu blog ser um espaço de difusão de pensamentos democrático e plural de ideias onde o discurso e o debate parecem estar a levantar questões importante e que afectam Portugal nas várias classes etárias e profissionais.
ResponderExcluirRespondendo à Bruna Lopes, que naturalemente mostrou que realemente existe gente que foge à minha crítica.
Quanto questão da gratuicidade do ensino vejo que levantas questões importantes, comecando por recorrer à Constituição. Porém, cabe-me explicar-te que de facto o ensino é, até, bastante gratuíto. De facto, como referiu a Inês Eusébio, existem vários exalões e subsídios para ajudar as famílias mais importantes. E eu também gostava que o ensino fosse imparcialmente gratuito ao estilo de um regime comunista, mas de facto, já se conheceu pela História que isso não foi possível quando inseridos num mundo competitivo e capitalista. Mais gratuito que aquilo que nós temos só mesmo se o país fosse rico, mas para isso acontecer não basta protestar e manifestarmo-nos até que algum Santo no Céu nos abençoe com ouro maciço. Há que trabalhar. Os modelos que mais se aproximam de uma sociedade justa, são os dos países nórdicos, mas nesses as pessoas preferem trabalhar, aplaudir o que está bem e não impôr entraves, seja de que ordem for ao progresso nacional. Porém, lá os impostos são bastante mais pesados. Só isso permite beneficios sociais tão eleavados, porque segundo Adam Smith e os seus ensinamentos económicos "Todos os agentes económicos são racionais", ou mesmo citando autores nacionais como Cesár das Neves "Não há almoços grátis".
É precisamente este paradigma que explica que não se possam modernizar as escolas se tentar garantir alguma contrapartida num período que se carateriza por uma crise a nível global, daí a criação da EPE.
Mas isso mostra realmente como a fúria da arruaça é efêmera: Primeiro protesta-se contra as infra-estruturas obsoletas das escolas, depois, quando isso for resolvido protesta-se se antes contra o facto de a empresa construtora gerir os seus equipamentos.
Ou então protesta-se contra o não cumprimento dos prazos da construção exigindo-se que além de se fazerem as obras se as façam em tempo record (porque as obras feitas na ESJRégio são gigantescas, eu sei do que falo porque andei lá), mas quando se fazem as coisas a tempo, já se vai protestar por não estarem bem feitas.
A pressão exercida é tanta que eu, mesmo sem pertencer ao Governo, posso concluir: não é fácil governar em Portugal.
Quanto à questão do Estatuto do Aluno
ResponderExcluirComo teu colega convém-me informar-te que não é bem assim e passo a citar:
"Reitera-se que o regime de faltas estabelecido no Estatuto do Aluno visa sobretudo criar condições para que os alunos recuperem eventuais défices de aprendizagem decorrentes das ausências à escola nos casos justificados.
Desta forma, o referido despacho determina que das faltas justificadas, designadamente por doença, não pode decorrer a aplicação de qualquer medida disciplinar correctiva ou sancionatória.
A prova de recuperação, a aplicar na sequência de faltas justificadas, tem como objectivo exclusivamente diagnosticar as necessidades de apoio, tendo em vista a recuperação de eventual défice das aprendizagens, o que faz com que não possa ter a natureza de um exame.
Pelo contrário, deverá ter um formato e um procedimento simplificado, podendo ter a forma escrita ou oral, prática ou de entrevista.
Estipula-se ainda que da prova de recuperação realizada na sequência das três semanas de faltas justificadas não pode decorrer a retenção, exclusão ou qualquer outra penalização para o aluno, mas sim apenas medidas de apoio ao estudo e à recuperação das aprendizagens, sem prejuízo da restante avaliação.
As escolas devem adaptar os respectivos regulamentos internos de acordo com o estipulado neste despacho."
Este texto provém de um organismo oficial que é, nada mais, nada menos que o Ministério da Educação. Podes consulta-lo originalmente em:
http://www.min-edu.pt/np3/2847.html
Assim, acho justo que os alunos sejam avaliados pelo total do programa e não apenas por alguma parte, quase toda, do programa. Desta forma, o Estatuto do aluno vem finalmente garantir que os alunos APRENDAM e não apenas PASSEM DE ANO. Há muito a mania, hoje em dia de que o que interessa é passar. Aprender nem por isso, e talvez isso explique o atraso de Portugal. É preciso começar a combater isso, daí que com este estatuto os alunos sejam avaliados pelos seus conheceimentos acerca de toda a matéria, sendo esses exames meramente informativos. Na realidade, pretende-se que os alunos aprendam.
Posso também mostrar-te estatísticas oficiais em que podes verificar como a partir da implemantação do Estatuto do Aluno passou-se a faltar menos:
http://www.min-edu.pt/np3/3408.html
Quanto à questão dos Exames Nacionais.
ResponderExcluirNem sempre os colégios particulares garantem um melhor ensino. Muitas vezes garantem apenas melhores e não fundamentadas notas. Como adepto do ensino público, vou lutar por um meio em que eu possa garantir igualdade de ensino quer no sector privado, quer no sector público. Se algum dia existir um método melhor que o dos exames nacionais agradeço que mo mostres pois naturalmente optarei por ele.
Apresentas-te-me um caso prático interessante. Difícil de resolver. Porém apresento-te um outro: Novas Oportunidades.
Não sei se também és daquelas pessoas que diz que este programa é de um facilitismo tremendo, mas no fundo é a melhor maneira de dar formação a pessoas que não têm tantas condições como esse trabalhador estudante. Mas se é facilitista porque não primar pela exigência do somatório de aprendizagens que são os exames nacionais?
Os estudantes passam a ter que concentrar os seus esforços totais nessas duas horas que traduzem anos lectivos de estudos. Parece-me mais difícil que ter vários testes de matérias mais curtas. Mas não é de formação que este país precisa, volto a perguntar? Eu prefiro saber que o meu percurso vai ser mais difícil, mas saber que vou termina-lo com competências para realizar uma boa profissão e ser um bom profissional que me pague as contas e me permita criar uma vida (porque não há almoços grátis), mas ao mesmo tempo contribuir para o enriquecimento da nação e para o desenvolvimento e atenuação das igualdades através do pagamento de impostos, do que apenas "passar", ter boas notas e andar na boa vida sem fazer muito por isso.
A minha teoria é de que, ao longo da História, quando recuando no passado, chegaremos a um ponto em que todos éramos pobres e iguais. Se actualmente uns têm Pais ricos e outros não foi porque os pais ricos ou antepassados esforçaram-se por garantir aos seus filhos essa condição.
Porque não fazermos um pouco mais hoje e termos mais amanhã? Porque não tentar dar aos nossos filhos situações de vida ainda melhores? Por algum lado se começa...
Estou a gostar muito desta discussão. Visita mais vezes o meu blog, porque debate e pluralismo é o que se precisa numa democracia convicta e pogressista.