A minha alma, outra plena, é hoje triste e só.
O vento uivando lá fora arrasta memórias rasgadas de sorrisos aparentes,
Meus lábios parecem-me vivos no passado, mas hoje dormentes.
Os meus nervos e ossos são as raízes férteis que brotaram ramos podres.
Nos canteiros que me habitaram há sal seco, nenhumas flores.
A força da minha juventude é o desgaste da pele enrugada que ainda não tenho.
Estou num beco com muitas saídas mas a felicidade eu desdenho.
E não há nada que os meus antigos nobres valores hoje possam comprar,
Pois o Mundo inteiro já é grande demais para eu abraçar.
Sou tão pequeno que não suporto o esqueleto que comporto.
Terei forças para continuar vivo, ou será que já estou morto?
Tiago Vilarinho
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