domingo, 13 de dezembro de 2009

Em busca da espiritualidade

(13/12/2009)


Há uns dias atrás tentei seriamente às palavras da minha avó Júlia, à saída do cinema, quando ela comentava o movimento que a série Twilight havia formado.

A minha avó, que outrora já foi professora de História no Secundário e que actualmente é professora de vida aos seus netos que a tanto estimam, explicou-me que o ser humano nasceu para se agarrar a causas e convicções, e que tem um especial fascínio pelas que se desenrolam no campo do místico, do esotérico.

Por fases, demonstrou-o com as pinturas nas cavernas, o poder das religiões e etc...

Disse-me que as religiões foram perdendo força com o avançar dos tempos, mas que as pessoas continuavam a precisar da sua fórmula e que o resultado estava nos milhares de movimentos religiosos, espiritualistas e seitas que se multiplicaram no nosso século.

Realmente, é possível sentir uma certa mística, uma certa emoção quando vemos as pessoas unidas à mesma causa. As pessoas sentem-se úteis, sentem-se com propósitos de vida. As claques de futebol, as igrejas, as bandas, o cinema, os grupos ambientalistas, os partidos políticos e etc. são ao prova disso mesmo.

São estas convenções que fazem as pessoas sentir-se pessoas.

Tiago Assis Vilarinho

2 comentários:

  1. Meu rapaz. Por falares em religiões devo-te lembrar que estas cumprem as leis gerais da vida: nascem, crescem, vivem, envelhecem e morrem. Mas é lenta, muito lenta e gradual, a forma como o pensamento transformador e laico das sociedades humanas se vai distanciando dos modelos religiosos iniciais. Porque, regra geral, as grandes religiões - as actuais e as já esquecidas - foram acompanhando e adaptaram-se às diferentes formas de organização política das sociedades humanas. Assim, mesmo nas fases finais de declínio e morte, os grandes credos organizados deixam na nebulosa memória do homem marcas cuja existência mesmo a estes passa despercebida.
    Esta é que é a realidade o resto como eu por vezes digo «é conversa de chacha».

    O avô NUNO ( assino com Aurora, que é o nome do cruzador que deu o tiro com que se iniciou a Grande Revolução de «Outubro» de 1917)

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  2. Em primeiro lugar quero felicitar-te, em particular, por este último post.

    As formigas acreditam na sua rainha. Nunca tentei pensar como uma (mas prometo que estou a tentar). Sabemos que a rainha é quem garante a reprodução da espécie e, julgo, que seja aí que resida grande parte da necessidade de servir a rainha.
    Mas vejamos, numa visão menos altruísta: eu, sendo uma formiga, vou servir toda a minha vida a rainha, perder um mundo lá fora com o simples propósito de garantir que nascam outras formiguinhas.

    O propósito não é assim tão simples. Aliás, o mundo de um formigueiro é quase infinito aos olhos de uma formiga.
    Na base está a rainha, que simboliza protecção para todos, é o trabalho conjunto que cria toda uma sociedade organizada e consistente. A rainha depende de todas. Todas as formigas dependem do facto de acreditarem na rainha.

    É engraçado, quando acreditamos, somos capazes de tudo. Isto é religião.
    No caso das formigas, a religião é UMA, com UM objectivo!
    Talvez seja um bocadinho disto que falte aqui, no mundo dos "grandes". Tentarmos ser mais um UM.

    Peace.

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