Livro (17/04/2009)
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Obra obrigatória da disciplina de português, e, ainda bem, pois a fama que tem no mundo juvenil não é propícia à sua leitura, e assim, fui obrigado a lê-la, obrigação que rapidamente deu lugar a pura satisfação.
O meu primeiro contacto com a obra foi complicado pela habituação à escrita de Saramago e admito que demorei meses a terminar de o ler, mais aí também entram, para além da preguiça, factores relacionados com a vida quotidiana e as suas paralelas obrigações.
Porém, no final eu apenas tenho que dizer, entre as poucas palavras que me restam depois do deslumbramento que a obra me causou, que a obra é magnífica, superior a qualquer outra que tenha lido a todos os níveis.
Apesar da história em si não me ter deslumbrado inicialmente (note-se que a mistura entre ficção e realidade não surtiu em mim um bom efeito no início), o que é certo é que o tom mágico que ela emana dão-lhe um valor inigualável. A mensagem é brilhante, além de super interessante: Por um lado temos uma forte crítica social e religiosa – a maneira abastada como vive o rei e o resto da corte em detrimento das massas que sofrem na pele a sua opulência (e note-se também a ponte histórica com os dias actuais de Saramago, na época da escrita do romance, e a luta contra o fascismo de Salazar), a atrocidade dos autos-de-fé e o descumprimento das regras da moral religiosa por parte dos membros das suas congregações; a aproximação ao povo, pobre, mas não por isso menos “culto”, em que se vêm filosofias e histórias engraçadas que nos fazem pensar e que rivalizam com a de muitos que, por melhores condições deveriam ser superiores intlectualmente; a questão primordial da vontade do Homem como a sua essência, o motor para se alcançar o inalcançável; o amor, para uns tão verdadeiro, puro e natural que quase selvagem (Baltasar e Blimunda) e para outros contratual e falso (D. João V e Rainha Maria Ana).
Mas é sobre a maneira como a acção é escrita, os diálogos e reflexões, o caminho remoinho que toma a participação do narrador e todos os pormenores da escrita, que a obra adquire maior valor. Esta obra é monstruosa pela positiva, e com ela consegui entender o que é um prémio Nobel e sobretudo qual a sua importância para o legado cultural da Humanidade.
O meu primeiro contacto com a obra foi complicado pela habituação à escrita de Saramago e admito que demorei meses a terminar de o ler, mais aí também entram, para além da preguiça, factores relacionados com a vida quotidiana e as suas paralelas obrigações.
Porém, no final eu apenas tenho que dizer, entre as poucas palavras que me restam depois do deslumbramento que a obra me causou, que a obra é magnífica, superior a qualquer outra que tenha lido a todos os níveis.
Apesar da história em si não me ter deslumbrado inicialmente (note-se que a mistura entre ficção e realidade não surtiu em mim um bom efeito no início), o que é certo é que o tom mágico que ela emana dão-lhe um valor inigualável. A mensagem é brilhante, além de super interessante: Por um lado temos uma forte crítica social e religiosa – a maneira abastada como vive o rei e o resto da corte em detrimento das massas que sofrem na pele a sua opulência (e note-se também a ponte histórica com os dias actuais de Saramago, na época da escrita do romance, e a luta contra o fascismo de Salazar), a atrocidade dos autos-de-fé e o descumprimento das regras da moral religiosa por parte dos membros das suas congregações; a aproximação ao povo, pobre, mas não por isso menos “culto”, em que se vêm filosofias e histórias engraçadas que nos fazem pensar e que rivalizam com a de muitos que, por melhores condições deveriam ser superiores intlectualmente; a questão primordial da vontade do Homem como a sua essência, o motor para se alcançar o inalcançável; o amor, para uns tão verdadeiro, puro e natural que quase selvagem (Baltasar e Blimunda) e para outros contratual e falso (D. João V e Rainha Maria Ana).
Mas é sobre a maneira como a acção é escrita, os diálogos e reflexões, o caminho remoinho que toma a participação do narrador e todos os pormenores da escrita, que a obra adquire maior valor. Esta obra é monstruosa pela positiva, e com ela consegui entender o que é um prémio Nobel e sobretudo qual a sua importância para o legado cultural da Humanidade.
Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine
Retirado do Moleskine
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