terça-feira, 21 de julho de 2009

General Gomes Freire de Andrade

(12/06/2009)


O liberalismo nasceu contigo.
Ao som da tua trágica morte,
ouvida numa cidade do norte,
ó general do povo amigo,
que não teve a melhor sorte.

Tiveste em teu nome "Liberdade",
e também não esquecemos,
que bebeste pelo cálice da verdade,
mas por aqui todos te conhecemos,
por Gomes Freire de Andrade.

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine

sábado, 18 de julho de 2009

17º Festival de Curtas, Vila do Conde



Passados anos de um sucesso já internacional, tive a oportunidade de, na minha terra, ver mais uma edição do festival de curtas metragens.

A reabertura do Teatro Municipal deu uma nova proporção ao festival que já tão famoso, pelos vistos, continua com muita pouca afluência.

Adorei o conceito, dado que nunca tinha visto uma curta metragem, e desejei imediatamente ir ver tantas sessões quantas possíveis. Mas o estudo para o exame de Economia limitou-me esse desejo. Assiti a duas sessões. Uma de competição internacional em que tive a oportunidade de assistir ao filme que ficou em 5º lugar na mesma competição: "Buenas intenciones". A outra tinha um conceito ainda mais interessante, consistia em filmes antigos sobre futuro, e que agora é o nosso presente. Interessante a visão que se tinha sobre os nossos dias.

Para o ano há mais...

Clone: uma marca alternativa



Este fim de semana fui novamente ao bairro alto em Lisboa fazer compras. Para a juventude é um spot ideal: roupa alterntativa e urban wear abundam.

Foi então que comprei uma t-shirt engraçada de uma marca que não conhecia, precisamente por essa razão: Clone.

Dentro da t-shirt havia um pequeno texto, um manifesto à marca. Rapidamente percebi que mais do que uma marca, a clone era um movimento, um moviemento que luta contra a "clonagem cerebral" que os média nos incutem no nosso mundo. Mas o mais incrível, é que esta marca, com bastante pinta diga-se de passagem é portuguesa e totalmente fabricada em Portugal. Afinal nem tudo o que por aqui se faz é mau.

Divulgem, e visitem o seu site:
www.clonethisbrain.com

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um pequeno aparte


Hoje publiquei um poema sobre Deus e um pouco da minha visão sobre ele, o que é bastante pessoal e bem mais vasto na realidade.
Apenas deixo aqui este aparte para um episódio banal mas que achei interessante:
Como gosto de dar um pouco de cor ao meu blog, procurei uma imagem no google: "God".
Primeiro reparei na parvoice que esta a fazer e julguei-me intlectualmente por isso.
Depois reparei que as imagens que apareciam, eram todas de um jogo de playstation, o "God of War" e não consegui encontrar nenhuma em que não houvesse oceanos de sangue.

Obrigado Deus

(11/06/2009)

Ó Deus, porque me criaste,
a tudo querer contestar?
Desta forma me levaste,
à tua existência não acreditar!

E que dizer,
sobre as casas que te dizem respeito?
se a mim me fazem esquecer,
através do seu preconceito?

Perdoa-me estas incertezas,
pois sei que o ser humano existe.
E por tais vícios e tais belezas,
só podes ter sido tu que o criaste!

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine

Nostalgia

(28/06/2009)



A nostalgia é um sentimento complicado de lidar, e com um soberbo poder.

Primeiro porque é um "upgrade" da saudade, aquela saudade que tanto nos inquieta, depois, porque é um sentimento, ou estado, talvez seja melhor chamarmos-lhe de estado, que é um misto de vibrações positivas e negativas.

A nostalgia retira-nos a capacidade de agir e de raciocinar e aumenta-nos a capacidade de sentir e de sonhar.

Advém de recordações e memórias que, tendencialmente felizes e positivas, nos marcaram e que desejamos reviver. Porém, às vezes a nostalgia surge sem nenhuma razão em especial, como um reflexo de uma possível saudade futura, ou um desejo de recordarmos algo que nunca fizemos ou que nunca fomos, mas que gostariamos de fazer ou ser, ou pelo menos exprimentar dazer ou ser.

Estar sorumbático ou sentir-se nostálgico, são estados que rivalizam pela devastidão que nos provocam.

De facto, é impossível definirmo-nos, quando envoltos de nostalgia, como felizes ou tristes. Por um lado, o torpor que nos provoca, por outro o desejo de permanecer nesse torpor.

A nostalgia deixa um rasto de inquietação que nos faz ter pena de uma terceira pessoa que se outra mas que somos nós ao mesmo tempo por motivos que não compreendemos bem ao certo o que são.

Essa pena cria orgulho nessa pessoa (que somos nós mesmos) e por isso fá-la querer permanecer nesse clima de sofrimento.

No fundo, nostalgia é como uma versão "gourmet" de melâncolia se a imaginarmos como um prato que temos que ingerir, obrigatoriamente, porque não há melhor, mas que se calhar ingeriamos na mesma se houvesse mais opções. É um beco sem saída, um estado puramente humano, que nos faz sentir verdadeiramente humanos. Tal vez por isso a odiemos. Tal vez por isso a adoremos.

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine

sábado, 11 de julho de 2009

Trauma Económico


Estou a dar as últimas.

O Sol fala comigo e eu juro que consigo ouvi-lo, mas tenho que ficar a vê-lo pela janela. Tenho que estudar.

As últimas três semanas foram intensos. Os meus colegas já estão familiarizados com as férias 2009 mas eu ainda tenho uma última batalha a travar: O exame de Economia.

Este exame é decisivo. É prova específica da Gestão Hoteleira na ESHTE (Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril), um curso muito conceituado e eu tenho que entrar, nem imagino o que será falhar esse grande objectivo.

O estudo cresceu de intensidade à medida que me fui apercebendo das adversidades. Primeiro nunca tive aulas algumas de economia (não houve gente suficiente para fazer turma no meu curso, na minha escola), apenas algumas explicações em Vila do Conde. Depois porque um 15,1, que até é uma nota aceitável para quem está na minha condição pode não chegar. Com esse valor ficaria com uma média de 16,1 de candidatura, o que correspondeu à média do ano passado mas pode não corresponder à deste ano. Depois porque os exames de Português e História, que dominava plenamente, correram mal (14,6 a português e 15,8) o que me desceu a nota de português (17 para 16) e portanto a média (16,9 para 16,8) a não ser que o recurso que vou pedir na segunda me suba a nota um valor.

A pressão é tanta... as entrevistas da televisão assustam-me, os meus colegas ajudam tanto que nestes últimos dias além de dois episódios de Lost ou The O.C antes de dormir não fiz mais nada.

Talvez seja por isso que estou a sentir um cansaço que gosto de chamar de trauma económico: para qualquer coisa que olho vejo economia. Talvez seja por isso que esta noite sonhei que tinha chegado um dia depois ao exame e comecei a chorar durante o sono (algo deveras perturbador).

Talvez esta pressão me ajude na segunda feira mais do que ajudou a super descontracção dos outros exames...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Comentários do Público

"Reportagem: “Os professores estão chateados com o ministério e nós é que sofremos""
in Jornal o Público

Os meus comentários:

Comentário 08.07.2009 - 10h35 - Tiago Vilarinho, Vila do Conde, Portugal
Sou estudante do secundário e, apesar de não ter tido propriamente más notas nos exames desci drasticamente.

Se me disserem que foi por causa dos critérios de avaliação pensarei que passaram a minha prova para acetato, colocaram em cima dos critérios e fizeram assim a avaliação.

Sinto porém que os meus conhecimentos não foram realmente avaliados, pois como explicar a discrepância que existe entre alguns exames daqueles que supostamente seriam melhores alunos do que outros.

A resposta está no clima de facilitismo que foi gerado a partir da oposição. Este afectou os alunos mais nervosos que rapidamente sentiram que afinal não precisavam de estar tão preocupados. Que afinal, nem precisavam de estudar tanto.

Porém, este clima não afectou somente alunos, mas também professores que orgulhosos da função que ocupam não quiseram que esta saísse manchada por exames "tão fáceis". Outros que já aumentavam as fileiras das manifestações anti-ministra esfregaram as mãos e tiveram aí uma oportunidade para atirar pedras ao governo. O resultado é a super exigência das correcções.

Verdade ou não procuro respostas pois alguma coisa me parece errado, sinceramente não creio que sejam os meus conhecimentos. Era muito triste que se chegasse à conclusão que estes exames não foram instrumentos de avaliação mas sim, uma arma política.

Comentário 08.07.2009 - 10h40 - maria papoila, Portugal da mediocridade
Realmente o "nível" do português dos actuais alunos começa por ver se no cabeçalho da notícia. "Os professores estão chateados..." quando se trata deste modo a língua portuguesa, não é possivel ultrapassar a mediocridade. Concerteza não saberão os alunos que a palavra chateado deriva da palavra chato (pediculus pubis) ,piolho do púbis, que ainda hoje existe. Segundo os pacientes portadores do pediculus pubis é reamente um parasita extremamente incómodo. Encontram se casos sobretudo nos povos africanos.


Comentário 08.07.2009 - 10h49 - Tiago Vilarinho, Vila do Conde, Portugal
A Maria papoila surpreende-me com o seu domínio pela língua portuguesa e por aquilo que chamo de "arrogância intelectual não fundamentada". O português deve ser talvez a língua mais poderosa do mundo inteiro pela pluralidade de sentidos que apresenta o seu vocabulário e sobretudo sobre a sua vastidão de expressões. O "regionalismo" e a gíria (formas particulares de se falar o português) são teses defendidas por grandes defensores da nossa língua, e está mais que provado que apenas a enriquecem. A actualização também é uma realidade apesar dos mais conservadores a cunharem de ignorância.

Comentário 08.07.2009 - 09h58 - vitor fortes, lx
Os nossos professores são EXCELENTES. o governo, tal como o povo em geral e os alunos em especial é que são uma nodoa. eu acho mal responsabilizar os professores EXCELENTES (ou seja, todos) pelos resultados dos alunos. os alunos não tem uma cultura de trabalho, nem de estudo, nem de mérito... os alunos seguem os exemplos dos Professores, só que não são as Associações de Estudantes que dão notas. se fossem, eram todos excelentes, como os seus professores.

Comentário 08.07.2009 - 10h56 - Tiago Vilarinho, Vila do Conde, Portugal

Diariamente uma grande multidão de alunos luta para se vencer as barreiras do conformismo, dos valores retrógrados, do tradicionalismo. Um dia a capa da imortalidade e da perfeição em que estão envoltos os professores sucumbirá perante aqueles que querem dar o seu melhor para fazer avançar este país. A cultura dos alunos portugueses é um problema, os seus vícios, a sua balda é uma realidade. Mas isso não é, também, uma generalidade. E os professores portugueses partilham exactamente da mesma "doença": ser português. Da mesma maneira existem professores EXCELENTES e outros PÉSSIMOS. Os professores, na maioria, também pecam por falta de inovação e actualização. Os professores também aproveitam qualquer motivo para se baldarem. Os professores, alguns, também só estão na escola para cumprir um papel.

domingo, 5 de julho de 2009

Política à portuguesa



Já muito ouvi dizer, na boca de imensas personalidades conhecidas e outras menos conhecidas, que Portugal tem características histórias, e uma cultura tradicional vasta que deve ser modernizada e potencializada para funcionar como marca nos nossos dias. Manuel Pinho seguiu à letra, e levou o típico das touradas portuguesas ao parlamento. Não o censuro!


Falando mais a sério, a imagem em cima cria um sentimento entre todos os portugueses: embaraço. E não vale a pena negarmos, não vale a pena termos palas nos olhos porque isso apenas vai aumentar esse embaraço. É certo que, na minha opinião, o gesto de Manuel Pinho foi um gesto inocente, um gesto de pureza mediante aquilo que se passa no parlamento. Porém, a questão é que, às palavras ditas não correspondem imagens que podem ser assim flagrantemente denunciadas.


Valeu a sua demissão para acalmar um pouco a indignação e sombrear algumas das perguntas mais pertinentes que o povo português começava a colocar. Se já é bem nítido que os portugueses não confiam na política, este tipo de situações apenas vem acentua-lo. Era suposto as pessoas que os representam e que dirigem os seus destinos, visando a garantia do seu bem-estar - os políticos - serem gente séria, gente determinada, e sobretudo gente imparcial e com vontade de fazer algo pela comunidade não agindo perante interesses próprios. Agora, quem acredita que estas características existem nos nossos políticos por favor grite "Eu acredito". Ouvem alguma coisa? Lá está, a política está descredibilizada. Mas o pior é o que este tipo de situações causam à estabilidade da governamentação e àquelas políticas que, boas ou menos boas tentam realmente mudar alguma coisa neste nosso gigante atraso. Por que um ministro, após ler Fernando Pessoa Ortónimo, sentir como ele a nostalgia do passado, ter querido regressar aos tempos de infância (não o levemos a mal), a nossa pasta da economia ter ficado desamparada.


É uma situação chata para todos nós. É uma situação que afecta a nossa dignidade em termos internacionais, mas não podemos ficar pura e simplesmente de braços cruzados. É preciso que toda a mentalidade de um povo mude para que aqueles que o devem dirigir também mudem.


Não nos deixemos é contagiar pelo vírus Média. Foi uma siuação, resolveu-se e é preciso começar a pensar-se qual o próximo passo. Não podemos ficar agarrados àquela imagem e por algum motivo exitem as touradas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Desconfiança

(14/01/2009)


Há pouco tempo reparei em como os desconfiados são perseguidos, sendo que eu próprio, desconfiado, fui perseguido.

Esta, porém, é a base para algo mais transcendente. pelo que percebi, valoriza-se neste mundo o que existe, ponto final, "É o que é e não pode deixar de ser". Que pensamento retrogado. Isto é simples, basta usar o dom da visão que nos puseram, ou se calhar é de tal maneira simples que nem isso é necessário.

Tudo o que vemos em nosso redor nasceu da desconfiança, será uma atitude tão condenável assim? Eu escrevo com uma caneta porque alguém deesconfiou que as penas e os dedos não teriam tanta eficáciia que cargas de tinta dentro de uma cápsula de plástico. Escrevo neste caderno porque alguém desconfiou que não seria possível levar paredes e grutas para as aulas de português.

O motor do progresso humano reside na desconfiança. E reparemos que é a distracção e o e o desejo de pocessão quase física do concreto que nos poderia eventualmente retirar a desconfiança, dando voz e essa conspiração superlativa do sistema financeiro e monetário que por aí se fala. O que é certo é que a desconfiança é uma arma. Uma arma poderosa para o culto da mente que tanto apregoo, e o que também é certo, independentemente dessa conspiração absoluta ser verdade ou não, é que as pessoas já não se preocupam em desconfiar, o que as torna menos individuais e portanto menos humanas.

Até poderá essa teoria ser uma palhaçada e uma aldrabiçe completa, mas que têm um objectivo primordial em importância tem: cria a desconfiança, cria o desejo de atenção.

Não precisamos de ser activistas, nem guerreiros, nem revolucionários. A verdadeira revolução está dentro de nós. Está em sermos atentos, desconfiados. Somos seres humanos, somos desconfiados por natureza.

Tiago Assis Vilarinho
Retirado do Moleskine